por Alexandre Padilha no FB
Enquanto modelo apresentadora famosa tem no SUS (Hospital Conceição, Complexo GHC do Min. da Saúde em Porto Alegre) a chance de sobreviver a complicações de procedimentos estéticos realizados em clínicas particulares, hospitais privados em São Paulo, barram atendimentos de alguns planos de saúde. As duas notícias saem no mesmo dia (FSP) e mostram os limites da contradição entre Sistemas de Saúde de caráter público e universal e Sistemas de Saúde de caráter privado.
Recentemente notícia de turista canadense que, ao dar a luz não programada em hospital nos EUA recebeu conta de US$2,5 milhões quando retornou a sua casa, surpreendeu muita gente. Sobretudo quem estava de malas prontas para Miami.
O Brasil tem uma convivência peculiar com estes 2 mundos e teremos que reconstruir as bases do nosso Sistema Nacional de Saúde, pois hoje, como os dois casos explicitam, esta relação é uma das expressões para a DESIGUALDADE (gostamos de precisar melhor com a palavra iniqüidade) no acesso.
O que mais me choca é sabermos que todos os profissionais que participaram do procedimento estético realizado pela modelo há 5 anos e os procedimentos posteriores, só o fazem nas suas clínicas ou serviços particulares, porque um dia tiveram estágios, residência em hospitais do SUS. E nem sempre valorizam o mesmo como deveriam.
Torço para que a famosa apresentadora tenha sua vida salva e sua saúde reabilitada e temos que agradecer, mais uma vez, ao esforço, dedicação e compromisso dos profissionais do GHC que, mesmo com todas as dificuldades colocam em primeiro lugar: salvar vidas.
Torço para que haja justiça com os pacientes barrados nos hospitais privados citados em São Paulo. Muito caminho pela frente para construirmos um Sistema de Saúde justo e de qualidade .
PS: nem preciso [dizer] que não vi, em nenhuma das matérias que falam do hospital onde está a modelo, citar que o mesmo é do SUS e é um dos poucos hospitais próprios do Ministério da Saúde.
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