29 de maio de 2015 | Autor: Fernando Brito
Na Folha, a Receita Federal diz que investiga fraudes no futebol brasileiro há mais de uma década.
Diz que foram feitas três operações especiais desde 2002, em que foram investigadas 96 pessoas e empresas ligadas ao futebol no país. Essas auditorias resultaram na cobrança de R$ 4,47 bilhões em tributos, multas e juros.
Mas contra quem, pessoas físicas e empresas, a Receita silencia, alegando sigilo fiscal.
Todo mundo pode saber quem roubou uma galinha, um pote de margarina, uma repartição pública e a Petrobras.
Quem roubou do dinheiro público R$ 4,5 bilhões, não.
Por que?
Será que nenhuma destas bilionárias sonegações virou processo criminal?
Ou sumiram todas na bolsa daquela moça que deu “Doril” ao processo da Globo?
E pior, muitos destes crimes se deram em concurso de outros, como falsidade documental, falsidade ideológica, simulação (declaração de vontadereal, em conluio entreas partespara, em geral, livrar-se de obrigações) e outros.
Só que, mesmo que a Receita pegue o meliante – não é o que erra de boa fé no recolhimento – nada vira crime se o cidadão, apanhado, pagar.
Como tem Refis para recuperar débitos, acaba saindo barato.
É uma lei, enviada por Fernando Henrique ao Congresso, em 1995, dizendo que o recolhimento exclui a responsabilização penal do sonegador. Em tese, para proteger quem não fez por dolo; na prática, um salvo-conduto para o “se colar, colou”.
E como cola.
Agora, no velho vício cartesiano ( que os antigos exprimiam dizendo que se A = B e B=C, então, A=C), permitam-me perguntar:
Se as propinas envolviam, em grande parte, direitos de transmissão e patrocínio de competições e a Globo é a dona de quase tudo em direitos de transmissão e patrocínios, é possível achar que a santinha do Plim-Plim não está nestas maracutaias?
Nenhum comentário:
Postar um comentário