Por Altamiro Borges
O cambaleante Aécio Neves embriagou-se de vez. Derrotado nas eleições presidenciais no Brasil e escorraçado de Minas Gerais, ele agora tenta interferir no processo político da Venezuela. Já que as marchas golpistas pelo impeachment de Dilma deram xabu, o senador mineiro-carioca parece que decidiu infernizar o presidente Nicolás Maduro. Junto com uma comitiva de demotucanos velhacos e hidrófobos e aproveitando-se do show pirotécnico da mídia colonizada, o presidente do PSDB chega a Caracas com a missão de "denunciar as prisões políticas e promover os direitos humanos no país vizinho". Haja hipocrisia do novo candidato a líder do grupo direitista Tea Party dos EUA.
É uma das ideias mais imbecis dos últimos anos na cena política. Tem a mesma quantidade de tolice da viagem que Kim Kataguiri empreendeu a Brasília para derrubar Dilma.
A diferença é que Kim é mirim, e Aécio já ultrapassou os 50, embora faça força para parecer um garotão.
Cada país que cuide de seus problemas.
A direita brasileira é a segunda pior do mundo, no quesito apego a mamatas e privilégios estatais. Só é batida pela direita venezuelana.
Desde que Chávez chegou ao poder – pelos votos – a direita tenta derrubar a nova ordem que nada mais fez que incluir uma vasta porção de venezuelanos relegados à miséria ao longo dos séculos.
Até um golpe foi dado. Durou pouco, e Chávez acabou reconduzido pela reação do povo e de seus antigos companheiros militares.
Neste trabalho de sabotagem contra a inclusão social e contra a democracia, a elite venezuelana tem o amparo permanente dos Estados Unidos.
Era assim com Bush e continuou assim com Obama, de quem se esperavam, em vão, mudanças.
Numa de suas grandes frases, Chávez disse que a diferença entre Bush e Obama era a mesma que existe entre seis e meia dúzia.
Chávez governou para os pobres, e recebeu deles o reconhecimento na forma de um amor irrestrito.
Ele cansou de ganhar eleições, pelo apoio popular. Mesmo quando a oposição, tradicionalmente fragmentada, se uniu com Capriles Chávez, sozinho, bateu os que queriam o retorno da velha ordem.
Doente, ele pediu que os venezuelanos votassem em Maduro caso morresse. Já não era Chávez que enfrentaria a oposição reunida, mas um semidesconhecido indicado por ele, Maduro.
E Maduro venceu, em eleições cuja lisura foi atestada por Jimmy Carter e diversos outros insuspeitos observadores internacionais.
A oposição começou a tramar contra Maduro imediatamente. O primeiro passo foi a acusação, disparatada e cínica, de fraude eleitoral.
E a sabotagem não parou mais.
Querem tirar Maduro? Que vençam nas urnas.
Mas não. A direita venezuelana, como a brasileira, quer atalhos que prescindam de uma coisa chamada voto.
O 1% venezuelano não tem nada a mostrar. Governou por séculos a Venezuela e construiu uma das sociedades mais iníquas do mundo.
Se você acha que a mídia brasileira é canalha, é porque não viu a venezuelana. Até a mãe de Chávez era constantemente xingada nas redes de tevê da Venezuela.
E é dentro desse quadro tão complicado, de boicote sistemático da plutocracia contra a democracia, que Aécio acha que tem alguma contribuição a dar aos venezuelanos.
É cômico e é trágico ao mesmo tempo.
Aécio, definitivamente, não se enxerga.
Vi, nas redes sociais, reações que contam muito sobre o caso. Várias pessoas perguntaram quanto custaria a viagem aos cofres públicos.
Até o avião da FAB seria utilizado. Pagar passagens com o próprio bolso não faz parte dos hábitos de Aécio.
Terminou em piada, claro.
O jornalista Pedro Alexandre Sanches, no Twitter, pediu a Maduro que aceitasse Aécio na Venezuela.
Para sempre.
*****
O cambaleante Aécio Neves embriagou-se de vez. Derrotado nas eleições presidenciais no Brasil e escorraçado de Minas Gerais, ele agora tenta interferir no processo político da Venezuela. Já que as marchas golpistas pelo impeachment de Dilma deram xabu, o senador mineiro-carioca parece que decidiu infernizar o presidente Nicolás Maduro. Junto com uma comitiva de demotucanos velhacos e hidrófobos e aproveitando-se do show pirotécnico da mídia colonizada, o presidente do PSDB chega a Caracas com a missão de "denunciar as prisões políticas e promover os direitos humanos no país vizinho". Haja hipocrisia do novo candidato a líder do grupo direitista Tea Party dos EUA.
Quando do golpe militar em Honduras, em 28 de junho de 2009, Aécio Neves não prestou qualquer solidariedade às vítimas da orquestração tramada pela oligarquia local, com o apoio da mídia venal, do corrompido Poder Judiciário e dos EUA. Até a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução condenando a derrubada do presidente Manuel Zelaya, que foi retirado a força de sua residência em Tegucigalpa, ainda de pijama, e levado a uma base aérea nas imediações da capital do país. Já alguns tucanos, que até parecem agentes de quinta categoria da CIA, festejaram o golpe militar e criticaram o governo Lula por conceder asilo político ao presidente deposto na embaixada de Honduras.
Já quando do golpe judicial-midiático no Paraguai, em 22 de junho de 2012, Aécio Neves também não viajou às pressas ao país vizinho para prestar solidariedade ao presidente deposto Fernando Lugo e aos presos políticos. O patético Alvaro Dias, então líder do PSDB no Senado, inclusive foi à capital do país para legitimar a posse do vice-presidente golpista, Federico Franco. Logo na sequência, Aécio Neves criticou a exclusão do Paraguai do Mercosul, aprovada por todos os países membros, e ainda fez escândalo contra o ingresso da Venezuela no organismo de integração regional. Deve ter recebido inúmeros elogios dos falcões imperialistas do Departamento de Estado dos EUA.
Já que o cambaleante tucano está tão preocupado com os "presos políticos e os direitos humanos", ele podia aproveitar a viagem a Caracas e dar uma esticadinha até Guantánamo, a base militar dos EUA que fica bem próxima da Venezuela. Lá ele encontrará várias pessoas que foram presas sem qualquer julgamento e que sofreram bárbaras torturas. Nos últimos anos já passaram pelo local 775 prisioneiros sem acusação formal. Definidos como terroristas pelo terrorista George Bush, ex-presidente ianque, estes presos não são protegidos nem pela Convenção de Genebra.
Vários deles já morreram nestas masmorras dos EUA. Em 2009, a National Geographic Channel divulgou um documentário, intitulado "Inside Guantanamo", sobre as atrocidades praticadas no local, como o transporte dos detentos em jaulas, abusos sexuais, desrespeito às práticas religiosas e outros cruéis tipos de tortura. Vai pra Guantánamo, senador Aécio Neves! Mas cuidado para não ficar por lá. Os ianques, que você tanta admira e venera, são barra pesada e mestres na violação dos direitos humanos. Na viagem à base militar, aproveite e leia o excelente artigo do Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo, sobre o seu papel ridículo na Venezuela.
*****
Que deu na cabeça de Aécio para se meter na vida dos venezuelanos?
Que deu na cabeça de Aécio para ir se meter nos negócios alheios na Venezuela?
É uma das ideias mais imbecis dos últimos anos na cena política. Tem a mesma quantidade de tolice da viagem que Kim Kataguiri empreendeu a Brasília para derrubar Dilma.
A diferença é que Kim é mirim, e Aécio já ultrapassou os 50, embora faça força para parecer um garotão.
Cada país que cuide de seus problemas.
A direita brasileira é a segunda pior do mundo, no quesito apego a mamatas e privilégios estatais. Só é batida pela direita venezuelana.
Desde que Chávez chegou ao poder – pelos votos – a direita tenta derrubar a nova ordem que nada mais fez que incluir uma vasta porção de venezuelanos relegados à miséria ao longo dos séculos.
Até um golpe foi dado. Durou pouco, e Chávez acabou reconduzido pela reação do povo e de seus antigos companheiros militares.
Neste trabalho de sabotagem contra a inclusão social e contra a democracia, a elite venezuelana tem o amparo permanente dos Estados Unidos.
Era assim com Bush e continuou assim com Obama, de quem se esperavam, em vão, mudanças.
Numa de suas grandes frases, Chávez disse que a diferença entre Bush e Obama era a mesma que existe entre seis e meia dúzia.
Chávez governou para os pobres, e recebeu deles o reconhecimento na forma de um amor irrestrito.
Ele cansou de ganhar eleições, pelo apoio popular. Mesmo quando a oposição, tradicionalmente fragmentada, se uniu com Capriles Chávez, sozinho, bateu os que queriam o retorno da velha ordem.
Doente, ele pediu que os venezuelanos votassem em Maduro caso morresse. Já não era Chávez que enfrentaria a oposição reunida, mas um semidesconhecido indicado por ele, Maduro.
E Maduro venceu, em eleições cuja lisura foi atestada por Jimmy Carter e diversos outros insuspeitos observadores internacionais.
A oposição começou a tramar contra Maduro imediatamente. O primeiro passo foi a acusação, disparatada e cínica, de fraude eleitoral.
E a sabotagem não parou mais.
Querem tirar Maduro? Que vençam nas urnas.
Mas não. A direita venezuelana, como a brasileira, quer atalhos que prescindam de uma coisa chamada voto.
O 1% venezuelano não tem nada a mostrar. Governou por séculos a Venezuela e construiu uma das sociedades mais iníquas do mundo.
Se você acha que a mídia brasileira é canalha, é porque não viu a venezuelana. Até a mãe de Chávez era constantemente xingada nas redes de tevê da Venezuela.
E é dentro desse quadro tão complicado, de boicote sistemático da plutocracia contra a democracia, que Aécio acha que tem alguma contribuição a dar aos venezuelanos.
É cômico e é trágico ao mesmo tempo.
Aécio, definitivamente, não se enxerga.
Vi, nas redes sociais, reações que contam muito sobre o caso. Várias pessoas perguntaram quanto custaria a viagem aos cofres públicos.
Até o avião da FAB seria utilizado. Pagar passagens com o próprio bolso não faz parte dos hábitos de Aécio.
Terminou em piada, claro.
O jornalista Pedro Alexandre Sanches, no Twitter, pediu a Maduro que aceitasse Aécio na Venezuela.
Para sempre.
*****
Leia também:
Nenhum comentário:
Postar um comentário