Dieta mediterrânea melhora função cognitiva dos idosos
Estudo publicado no “Journal of Neurology Neurosurgery and Psychiatry”
24 Maio 2013
O cérebro dos indivíduos idosos com risco de demência vascular beneficia mais da dieta mediterrânea do que de uma dieta com baixo teor de gordura, sugere um estudo publicado no “Journal of Neurology Neurosurgery and Psychiatry”.
Os indivíduos que adotam uma dieta mediterrânea consomem azeite como sua principal fonte de gordura, ingerem muitas frutas, nozes, legumes, uma quantidade moderada a alta de peixe e marisco, uma quantidade moderada de vinho tinto, mas pequenas quantidades de produtos lácteos e carne vermelha.
Para o estudo os investigadores da Universidade de Navara, em Espanha, contaram com a participação de 522 indivíduos entre os 55 e os 80 anos, que não sofriam de doença cardiovascular, mas tinham um elevado risco vascular. Os investigadores tiverem em conta o facto de os participantes sofrerem de diabetes tipo 2 ou terem uma das cinco condições seguintes: pressão arterial elevada, perfil lipídico pouco saudável, excesso de peso, antecedentes familiares de doença cardiovascular e tabagismo.
Os participantes foram divididos em três grupos distintos: um dos grupos seguiu a dieta mediterrânea com adição de azeite, o segundo a dieta mediterrânea com adição de nozes e o terceiro adotou uma dieta com baixo teor de gordura, a qual é tipicamente aconselhada para prevenir o enfarte agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.
Os investigadores acompanharam os participantes ao longo de 6,5 anos, período durante o qual foram realizadas avaliações médicas regulares. Adicionalmente foram também realizados testes para avaliação da memória, atenção, linguagem, orientação, consciência espacial, raciocínio abstrato e outras funções cerebrais.
No final do estudo, os investigadores constataram que 60 dos indivíduos tinham desenvolvido distúrbio cognitivo leve, uma condição que conduz frequentemente à demência. Destes 60 participantes, 18 tinham seguido a dieta mediterrânea com azeite, 19 a dieta mediterrânea com adição de nozes mistas, e 23 tinham adotado a dieta com baixo teor de gordura.
O estudo também apurou que 35 dos participantes desenvolveram demência durante o período de acompanhamento. Estes incluíram 12 que tinham seguido a dieta mediterrânea com azeite, 6 a dieta mediterrânea com adição de nozes, e 17 tinham adotado a dieta com baixo teor de gordura. Foi também verificado que os resultados dos testes para a avaliação da memória foram significativamente mais altos para os dois grupos que adotaram a dieta mediterrânea, em comparação com a dieta com baixo teor de gordura.
Estes resultados mantiveram-se inalterados mesmo após os investigadores terem excluído os efeitos de outros fatores tais como idade, atividade física, educação, riscos vasculares, depressão, consumo calórico, índice de massa corporal, ingestão de álcool, antecedentes familiares de demência, ou a presença do marcador ApoE para a doença do Alzheimer.
Os autores do estudo concluem assim que, “a adoção da dieta mediterrânea com a adição de azeite ou nozes melhora a função cognitiva comparativamente com uma dieta com baixo teor de gordura”.
ALERT Life Sciences Computing, S.A.
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