Mais
de meio século depois do artista Flávio de Carvalho desfilar pelo
centro de SP (aí na foto), um homem vestido de saia voltou a
escandalizar em plagas bandeirantes.
Regredimos tanto que desta vez o rapaz nem precisou ir para as ruas.
Foi achincalhado em pleno campus da USP, a universidade teoricamente
mais moderna do país.
Nas redes sociais, nem se fala. O estudante de têxtil & moda Vitor Pereira, 20, tem sido a Geni da vez. Olha ele aí abaixo.
Eu não teria peito, embora este cronista possua pernas bem torneadas
pelo passado futebolístico de um autêntico camisa 10 -risos inevitáveis
aqui até da patroa. Não teria coragem na condição de macho-jurubeba, mas
defendo até o último fio de tecido o direito de cada um usar a peça que
deseje.
Precisa ser muito homem para tal ousadia. O menino Vitor é um forte.
Por causa da reação, criou até uma página-manifesto no Facebook
defendendo o uso de saia pelos rapazes.
É muito mais confortável e se sente bem nas vestes, diz. Sem
esquecer, caríssimo Vitor, que é mais adequado aos tristes trópicos.
Pela criação do bicho solto.
Embora este cronista tenha pernas bem torneadas pelo passado
futebolístico (risos da patroa aqui ao lado), jamais eu arriscaria tal
exibição pública. Não esqueça, porém, que estou com quem tem a manha e a
coragem. Todo apoio. Mesmo.
Pela multiplicação dos Flávios de Carvalho, este grande artista
fluminense (alô Barra Mansa!) que atravessou SP vestido com o seu saiote
com pregas, blusa de nylon com mangas folgadas e sandálias de couro.
Traje tropicalíssimo. Gilberto Freyre aplaudiu à época.
Vanguardista, o arquiteto, engenheiro, escritor e filósofo, além de
muitas outras formações e ofícios, era um gênio das performances.
Promovia flash mob ainda nos anos 1940.
Nesta quinta, 18h, alunos de cinco campi da USP prometem um protesto:
homens vestirão roupas convencionalmente de mulheres e vice-versa.
E você, cabrón, topa aderir ou teme a reação pública? Muitas mulheres
se declaram atraídas por tal procedimento arrojado dos mancebos. Vai
ancarar?
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