247 - O ex-ministro José Dirceu reforçou, em texto publicada em seu blog nesta sexta-feira, sua desconfiança em relação à possível candidatura do senador Aécio Neves à Presidência da República em 2014. Segundo ele, Aécio, que foi a Programa do Ratinho nesta quinta-feira e
reivindicou para o PSDB o DNA do programa Bolsa Família, "ainda não é o candidato presidencial do PSDB paulista, nem de José Serra e nem do governador Geraldo Alckmin".
Dirceu destaca que "as disputas internas do PSDB estão cada vez mais abertas". "Alckmin e Serra ainda não engolem o fato de Aécio ter trabalhando contra eles nas últimas três eleições presidenciais", analisa. Na avaliação do ex-ministro condenado na Ação Penal 470, as dificuldades de Aécio podem beneficiar o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a senador Marina Silva, apesar da dificuldade que suas futuras candidaturas enfrentam:
"Com essa dificuldade de Aécio se estabelecer candidato, fica aberto um espaço extraordinário para outras candidaturas que também sofrem para nascer. Marina Silva, pelas dificuldades que tem para criar seu partido, a REDE. E Eduardo Campos (PSB), pela oposição que encontra em seu próprio partido", diz Dirceu.
Leia a análise:
Está evidente que o senador Aécio Neves (MG) ainda não é o candidato presidencial do PSDB paulista, nem de José Serra e nem do governador Geraldo Alckmin. Portanto, é uma candidatura natimorta, ferida de morte, sem capacidade própria e partidária para se impor ao país.
Basta ver o que Alckmin disse ontem: "Serra deve ser candidato em 2014". É claro que ele não disse a que cargo. Mas ficou óbvia que isso foi uma restrição ao nome de Aécio. Isso fica ainda mais evidente quando Alckmin afirma que anda é cedo para o PSDB lançar seu candidato a presidente.
Tudo isso é dito mesmo depois de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso lançar e relançar Aécio para 2014. As disputas internas do PSDB estão cada vez mais abertas. Alckmin e Serra ainda não engolem o fato de Aécio ter trabalhando contra eles nas últimas três eleições presidenciais.
Com essa dificuldade de Aécio se estabelecer candidato, fica aberto um espaço extraordinário para outras candidaturas que também sofrem para nascer. Marina Silva, pelas dificuldades que tem para criar seu partido, a REDE.
E Eduardo Campos (PSB), pela oposição que encontra em seu próprio partido – por mais que, na tradição da velha forma de fazer política, busque bodes expiatórios nos outros – e pelo discurso de repetir à exaustão que a forma de fazer política no país é mofada, carcomida, patrimonialista e fisiológica, ao mesmo tempo em que se opõe à reforma política, como faz sua legenda na Câmara. Isso é um sinal claro da fragilidade de seu discurso.
COMENTÁRIOS