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sábado, 30 de maio de 2015

Filme do Dia: A Caldeira do Diabo (1957), Mark Robson

Filme do Dia: A Caldeira do Diabo (1957), Mark Robson:



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A Caldeira do Diabo (Peyton Place, EUA, 1957). Direção: Mark Robson. Rot. Adaptado: John Michael Hayes, a partir do romance de Grace Metalious. Fotografia: William C. Mellor. Música: Franz Waxman. Montagem: David Bretherton & James B. Clark. Dir. de arte: Jack Martin Smith & Lyle R. Wheeler. Cenografia: Bertram C. Granger & Walter M. Scott. Figurinos: Adele Palmer. Com: Diane Varsi, Lana Turner, Lee Philips, Lloyd Nolan, Arthur Kennedy, Russ Tamblyn, Terry Moore, Hope Lange, Barry Coe, Betty Field, Mildred Dunnock.
Na pequena cidade de Peyton Place, um charmoso professor, Michael Rossi (Philips) torna-se o novo administrador da escola local. Na escola estudam a sonhadora Allison McKenzie (Varsi), sempre assediada pelos escrúpulos da mãe, Constance (Turner), e apaixonada pelo desajeitado Norman Page (Tamblyn). E  também Selena Cross (Lange), filha da faxineira de Constance, Nellie (Field), recorrentemente abusada pelo pai alcoólatra, Lucas (Kennedy). Assim como Rodney Harrington (Coe), apaixonado pela ousada Betty Anderson (Moore), para a infelicidade de seu pai (Ames). Rossi se sente atraído desdo o primeiro momento por Constance, que desde a morte do pai de Alisson, tem se fechado para qualquer relacionamento. Nellie, atormentada por todos os sofrimentos impostos por Lucas, suicida-se. Allison decide abandonar a cidade por Nova York, para fugir do provincianismo tacanho, rompendo com a mãe. Os rapazes partem para a guerra. Selene assassina o padrasto após mais uma de suas investidas contra ela, quando sai de folga da Marinha. Seu julgamento traz de volta à cidade Allison, que reencontra Norman no trem.
Essa produção  bem poderia ser o equivalente, à sua época, do que Loucuras de Verãoo foi duas décadas após. Poderia. Enquanto o filme de George Lucas aborda o universo da juventude dos idos dos anos  60 nos 70, aqui se retorna ao período da Segunda Guerra Mundial que antecede e procede ao envolvimento dos EUA na Guerra. Certamente as mudanças que separam os idos de 70 dos idos da década anterior são muito mais acentuadas ou visíveis do que o maior hiato temporal que separa o início dos anos 40 dos últimos anos da década seguinte, mas não é apenas isso que os diferencia. O filme de Lucas foi produzido com o intuito de meramente entreter. Aqui se busca o drama. Porém já de início, quando os créditos apresentam os nomes dos atores juntamente com os de seus respectivos personagens se percebe que o caráter de seriado televisivo se aplicaria melhor ao que se segue – e não é à toa que se tem tal sensação, já que uma série de TV surgiria, de fato, em meados da década seguinte. Falta a sutileza com a qual contemporaneamente um realizador como Douglas Sirk trabalhou temas semelhantes. E também faltam os seus excessos, o melodrama rasgado aqui substituído por pretensões mais realistas – e também mais canhestras – de expressar o maior anseio do cinema da época (no qual foi produzido mais que situado em sua narrativa), o sexo. Porém, em nada ajuda se observar uma discussão entre uma tensa “viúva”, interpretada de forma nada elaborada com os cacoetes típicos do período por Lana Turner e o novo homem que chega para cuidar da escola e imediatamente se sente atraído por ela, sobre sexo, para logo em seguida ela se deparar com sua filha e seus colegas de escola se beijando e dançando na noite de seu aniversário.  A caricatura e as interpretações pífias, infelizmente, não ficam restritas a Turner. Elas se encontram por toda parte. Do padrasto alcoólatra e algo incestuoso de Selena vivido por Arthur Kennedy ao introvertido e nerd-queer antes do tempo de Norman/Russ Tamblyn, passando, em menor medida, pela própria revelação do filme, representada pela Alisson de Varsi. Quando o melodrama esperadamente ganha destaque em relação às pretensões de descrição realista o faz de forma descaradamente sobreposta – o “drama” de Constance se vê refletido no que supõe ser o atrevimento da filha com Norman, que a leva a revelar que o pai da mesma era um homem casado e, logo depois, como golpe de misericórdia, a filha encontra a criada morta por suicídio. Chega a ser involuntariamente cômico esse crescendo dramático desenfreado. O número excessivo de personagens é outra característica que adéqua melhor ao formato seriado, sendo canhestro que se explore inúmeros personagens sem a menor necessidade, como é o caso da caricatura de típica professora solteirona e frágil vivida pela  veterana Dunnock ou mesmo de algumas tramas secundárias que não possuem estofo dramático o suficiente, como o do casal Betty e Rodney. Se é certa que há uma ânsia em trazer temas chocantes relativos a nova moralidade do pós-guerra e que no cinema somente ganham as telas na segunda metade da década seguinte, essa talvez se faça dentro de uma moldura mais convencional que a presente em alguns dos filmes de Otto Preminger. Twentieth Century Fox Film Corp./Jerry Wald para 20th Century Fox. 157 minutos.



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