VALOR
Por Leandra Peres | De Brasília
A
presidente Dilma Rousseff anunciará no 1º de Maio, Dia do Trabalho, o
subsídio do governo federal à compra de eletrodomésticos pelos
beneficiados do Minha Casa, Minha Vida. A presidente, que tentará a
reeleição no ano que vem, quer que essa se transforme numa das
principais realizações de seu governo, uma espécie de segunda etapa do
programa de habitação popular.
Os detalhes do programa ainda
estão sendo finalizados, mas a ideia é que o subsídio varie de acordo
com a faixa de renda do comprador. A aquisição de fogão, geladeira e
máquina de lavar roupas deve ser oferecida no momento em que o mutuário
fizer o contrato de financiamento do imóvel, de tal forma que a casa
será entregue já com os eletrodomésticos incluídos.
Devem ser
usadas as mesmas três faixas de renda que servem de parâmetro para o
Minha Casa, Minha Vida. Famílias com renda até R$ 1,6 mil recebem a
maior parte do subsídio federal para aquisição de imóveis e devem pagar
menos pelos eletrodomésticos. Há uma faixa intermediária, cuja renda
máxima é de R$ 3.275, e os que recebem até R$ 5 mil por mês.
A
intenção do governo é oferecer uma linha de financiamento aos
mutuários. O Tesouro Nacional, segundo apurou o Valor, vai equalizar as
taxas de juros para que a população de mais baixa renda tenha condições
de comprar esses bens. O valor do subsídio ainda está sendo definido.
A
Caixa Econômica Federal já oferece esse tipo de empréstimo aos
mutuários do Minha Casa, Minha Vida, mas a avaliação do governo é que a
taxa de juros cobrada na operação ainda é muito elevada para o público
atendido pelo programa. Daí a necessidade de equalização pelo Tesouro
Nacional.
Atualmente, o MóveisCard financia até R$ 10 mil a
quem tem contratos do Minha Casa, Minha Vida. As taxas de juros variam
de 0,9% a 1,5% ao mês. O tomador tem até 60 meses para pagar e prazo de
até dois meses após a assinatura do contrato para adquirir os
eletrodomésticos nas lojas credenciadas pela Caixa.
Além de
oferecer um benefício extra aos mutuários, o governo também vê a chance
de estimular a produção de linha branca. O setor opera hoje com uma
redução na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que
deveria subir em junho, embora haja sinais de que o governo vá estender
o incentivo até o fim do ano, congelando-o, como fez para os
automóveis.
Há duas semanas, a Caixa anunciou a disposição do
governo de pagar pela colocação de piso nas unidades financiadas pelo
Minha Casa, Minha Vida. Além do banheiro e da cozinha, que já vinham com
cerâmica instalada, o proprietário do imóvel poderá escolher entre três
tipos diferentes de revestimentos para os demais ambientes da casa,
além das áreas comuns dos edifícios.
A Caixa explicou que o
contratos dos imóveis em construção serão aditados, enquanto aqueles já
entregues passarão por vistoria, quando o morador poderá indicar a opção
pelo piso.
O anúncio oficial dessas medidas será feito pela
presidente Dilma Rousseff no pronunciamento oficial do Dia do Trabalho.
Parte do pacote de boas notícias que o governo preparava para essa data
acabou tendo que ser antecipado. Foi o caso, por exemplo, da desoneração
da cesta básica.
A estratégia de marketing do governo tem
feito uso dos pronunciamentos oficiais para que a presidente possa
anunciar boas notícias para os eleitores. Foi assim quando o governo
decidiu reduzir as contas de energia elétrica, e também no Dia
Internacional da Mulher, quando a presidente tratou do corte de impostos
sobre alimentos e medidas de defesa do consumidor.
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