O Partido dos Trabalhadores é o depositário das esperanças e demandas da maioria da população brasileira, mais especificamente de todos os assalariados que possuem, como único bem, sua força de trabalho. Esta representação classista está na origem da existência do PT. 
Foi o reconhecimento da limitação da luta sindical que levou os fundadores do nosso partido a iniciar um processo de construção partidária que superasse os limites e, assim, estendesse a todos os trabalhadores brasileiros os direitos restritos a algumas categorias profissionais.
O decorrer do tempo (o PT tem mais de três décadas de fundação) não resolveu todos os problemas dos trabalhadores brasileiros, especialmente porque a estrutura institucional brasileira é montada de modo a assegurar privilégios e manter (e ampliar) as desigualdades sociais e regionais.
Mesmo assim, desde a posse do presidente Lula em janeiro de 2003, o Brasil experimentou um período importante de crescimento econômico com distribuição de renda como nunca havia ocorrido na história de nosso país. Algumas mudanças importantes garantiram a inclusão social de milhões de pessoas e estancaram o processo capitalista de concentração de renda e de riquezas.
Os defensores dos interesses das classes dominantes, inconformados com a mudança de rumo de nossa economia, sempre se opuseram à implantação de mudanças mais profundas e permanentes, que mantivessem a tendência de redução das desigualdades sociais existentes em nosso país, ainda que a distância entre os mais pobres e os mas ricos ainda seja grande.
Em 2000, por exemplo, a renda média dos 20% mais pobres em cada município era de R$ 58. Uma década depois a mesma renda média passou a ser de R$ 103. No mesmo período, a renda média dos 10% mais ricos em cada município passou de R$ 1.484 para R$ 1.894. Ainda  que a desigualdade tenha diminuído, a renda dos mais ricos ainda é mais 18 vezes maior do que a dos mais pobres. No ano 2000 essa diferença era de 26 vezes.
Para que a desigualdade tenha diminuído de tamanho foram essenciais as políticas públicas de distribuição de renda promovidas pelo governo federal. Ainda temos muito que avançar. A luta contra as desigualdades sociais deve ser permanente e não pode depender apenas de políticas governamentais. O PT e os trabalhadores brasileiros têm um compromisso com o aprofundamento das mudanças. O futuro, certamente, será de mais justiça social do que os dias atuais e as desigualdades podem ser totalmente eliminadas. Para isso, ainda que as vitórias eleitorais sejam importantes, será essencial a mobilização da parte de baixo da pirâmide social de nosso país em defesa das demandas e reivindicações que reduzam as injustiças sociais ao ponto de elas não mais existirem.