Postado originalmente em No Cariri:
Escrachado na televisão, Mussum era só gentileza nos bastidores. Endureceu-se no colégio interno e na Aeronáutica, mas ganhou molejo nos botequins e na Mangueira. Teve cinco filhos, um de cada mulher, e deles cobrava o dever de casa e pedia a bênção. Tocava tamborim e reco-reco, mas também amava boleros e Johnny Mathis. Cozinhava rabada e filé au poivre. Torcia para o Flamengo no Rio e para o Corinthians em São Paulo. Lá ou cá, como diz o cineasta Roberto Farias, Mussum sempre saltava da tela.
Continua saltando. No próximo mês fará 20 anos que morreu Antonio Carlos Bernardes Gomes, aos 53 anos, em São Paulo, duas semanas depois de um transplante de coração. Já o Mussum, batizado por Grande Otelo em referência ao peixe escorregadio — “Eu não tenho cabelo no braço, ele ficava me alisando”, contou certa vez —, foi congelado no tempo da internet, nos vídeos antigos…
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