A grife Abercrombie & Fitch é a preferida dos moradores de ruaby bloglimpinhoecheiroso |
O resultado das bobagens ditas pelo psicopata funcional Mike Jeffries, CEO da marca.
Mauro Donato, via Diário do Centro do Mundo
O
movimento Abercrombie Popular, criado pelo paulista Isaias Zatz, de 21
anos, surgiu numa criativa sacada de fornecer as camisetas da referida
etiqueta entre os moradores de rua, divulgando as fotos via Tmblr e
Facebook (com 3.620 likes até o momento).
A
campanha do brasileiro nasceu quase simultaneamente à ideia do
norte-americano Greg Karber, que lançou no Youtube o Fitch The Homeless
com o mesmo propósito, naqueles mistérios cósmicos da criação. As ideias
estão no ar, quem pegou primeiro? Isaias parece ter feito seu primeiro
post dois dias antes do norte-americano. Pouco importa. Ambos devem a
sacada a um psicopata funcional chamado Mike Jeffries.
Numa
época em que se cobra responsabilidade social das empresas é de causar
espanto a falta de habilidade de Jeffries, CEO da Abercrombie &
Fitch. Após externar suas concepções mercadológicas de forma quase
psicótica, a reputação da empresa entrou em queda livre (o gráfico pode
ser visto aqui).
Qual o problema se a empresa não oferece os tamanhos XL e XXL se estes não fazem parte de seu público alvo? Nenhum, certo?
Uma
empresa privada não é um serviço público, portanto não está obrigada
atender a todos igualmente. Produz o que quiser para quem bem entender e
se é política da empresa vender apenas para visigodos praticantes de
jô-quem-pô, isso é problema dela.
Abercrombie
e Hollister são marcas lidas nos peitorais de camisetas de nove entre
dez adolescentes hoje em dia. As marcas moderninhas pertencem ao mesmo
grupo, porém não são novidade. A Abercrombie foi fundada em 1892. Só
tornou-se febre em Nova Iorque recentemente, há uns 4 ou 5 anos,
colocando vendedores saradões sem camisa como atendentes em suas lojas.
Um comportamento visto muito por aqui nas novelas das 7. Deu audiência. A
partir daí foi o boca a boca o grande responsável pelo estouro.
Obter
sucesso com um novo reposicionamento de uma marca centenária não é tão
incomum, seja para reforçar tradição, seja para dar uma nova
personalidade. Granato no primeiro exemplo e Havaianas no segundo são
ilustrações brasileiras nesse quesito.
E
toda empresa visa lucro, ok. Fazer-se valer do prestígio da marca
conquistado a duras penas e por meio de longas jornadas de marketing (e
investimentos altíssimos) para vender seus produtos a preço de apelo
“emocional” é da regra do jogo. Se a partir daí a empresa passa a ser
entendida como preconceituosa, excludente e arrogante, tudo foi jogado
ladeira abaixo.
O
erro primário que a companhia incorreu foi o de alterar o chamado
“rosto” da empresa. Aquela figura que catalisa os princípios e valores
da marca.
“Nosso
target é composto de jovens descontraídos, bonitos, de físico atlético e
que estejam cursando o colegial ou a faculdade”, disse há alguns anos
Iska Hain, porta-voz da Abercrombie. Linda, loira e praticante de remo,
ela própria encaixava-se no perfil e concebia credibilidade à marca.
Deixar
um empresário boçal e beiçudo com cara botocada cuspir de maneira
arrogante o que a linda loira esportista havia dito de forma
politicamente correta muitos anos antes foi infantil, irresponsável e
completamente sem noção.
Gerou
antipatia e agora vê sua marca bacaninha e com preço dos olhos da cara
ser distribuída gratuitamente aos moradores de rua. Como a Abercrombie
& Fitch irá conseguir reverter isso?
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