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Randolfe Rodrigues é amigo de Roberto Gurgel.
Denúncia documentada, formulada pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa do Amapá, Fran Júnior, no mês passado, foi arquivada na Procuradoria Geral da República, mesmo sem os laudos da perícia grafotécnica, que comprovaram, na quarta-feira, dia 22, ser do senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP) as assinaturas nas provas de corrupção encaminhadas à Mesa Diretora do Senado. Segundo o processo, o ex-governador do Amapá, João Capiberibe, do PSB, organizou um mensalão no Estado, que beneficiou vários deputados com depósitos de até R$20 mil. Entre eles, o próprio Fran Júnior além do hoje senador Randolfe Rodrigues. Após se manifestar sobre a criação de partidos, alinhando-se com o ministro Gilmar Mendes, assim como ao grupo de senadores, do qual Randolfe fez parte, que foi ao STF pedir pela intervenção do Supremo no Congresso, Gurgel foi favorável ao senador do Amapá e mandou arquivar a denúncia, sob a alegação que não seria crível um parlamentar assinar recibos que comprovassem um ato ilícito.
No caso conhecido como “mensalão”, no entanto, Gurgel usou como provas contra os parlamentares envolvidos exatamente os recibos assinados por eles no Banco Rural. A denúncia, na época, também partiu de um parlamentar, o então Roberto Jefferson (PTB/RJ). No “mensalinho” amapaense, a denúncia é do presidente da Assembleia, que, além do seu próprio testemunho, apresentou os recibos. Segundo Gurgel, no entanto, usou de pesos diferentes para cada processo.
Nota de apoio
Logo após a eclosão do escândalo, a Executiva Nacional do PSOL, em conjunto com a bancada do partido no Congresso, divulgou uma nota em defesa do senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP), “que tem sido vítima de falsas denúncias levadas a cabo por políticos do Amapá considerados fichas sujas”, afirma o texto. A solidariedade do partido foi manifestada logo após as “investidas de setores conservadores do Estado, em jornais da grande imprensa, que acusam Randolfe de ter recebido mesada durante seis meses como deputado estadual do Amapá”. De acordo com a nota, tais investidas são capitaneadas pelo atual presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (AL).