quarta-feira, 12 de junho de 2013
Se brincar, Gurgel demite a Constituição
Roberto Gurgel, procurador-geral da República – por pouco mais de 20 vinte dias ainda! – destituiu a vice-procuradora, Deborah Duprat, por ela ter discordado de sua opinião sobre a competência do Congresso Nacional na discussão de regras para a criação de novos partidos. Ao contrário de Gurgel, ela defende que é o legislativo a instância responsável por esse tipo de discussão.
Quem também entende ser o Congresso o espaço para esse debate é a Constituição. Em seu artigo primeiro, parágrafo único consta que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
A “casa do povo” é o Congresso Nacional. Ponto. Mas infelizmente existe no país a cultura da judicialização da vida e das relações sociais. Nessa midiatização das togas e adjacências, valem as falsas premissas da infalibilidade, neutralidade e incorruptibilidade. Porém, o que se observa é justo o contrário.
Incontáveis são as falhas, as tomadas de partido e sempre a serviço de interesses que fariam a mula chorar se contadas ao dono da carroça. O que Gurgel fez mostra bem o seu jogo de interesses, que não é o bom funcionamento do Ministério Público. Às vésperas de deixar o cargo que ocupa, ele destituiu sua vice na Procuradoria por ela ter discordado? Toda vez que Roberto Gurgel usasse a palavra democracia deveria tomar uma “pedala Robinho” na cabeça.
Para além da incapacidade de convivência com a divergência, a seletividade do sósia do Jô Soares é mais explícita do que o botox da Ana Maria Braga. E ainda questionam a PEC 37.
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