"Mais uma vez, os setores conservadores estão colocando as unhas de fora. A luta, companheiros, continua", disse o ex-presidente, que foi a Brasília para palestra; ele defendeu decisões do governo, como a convocação de um plebiscito para a reforma política e o programa Mais Médicos; "É preciso melhorar a saúde, sim. Se os médicos brasileiros não querem trabalhar no sertão, que a gente traga médicos de fora", disse, negando mais uma vez a possibilidade de se candidatar em 2014

23 DE JULHO DE 2013 

247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa do governo da presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira, duranteparticipação no Festival da Mulher Afro, Latino-Americana e Caribenha, em Brasília. "Eles agora estão com preconceito contra ela maior do que tinham contra mim, a maior falta de respeito com uma mulher da competência da companheira Dilma. Será que eles têm falta de respeito com a mãe deles como têm com a Dilma? A Dilma não é nada mais do que uma extensão da gente lá", disse Lula.

Segundo o ex-presidente, "nós somos responsáveis pelos acertos e pelos erros". "Mais uma vez, os setores conservadores estão colocando as unhas de fora. A luta, companheiros, continua", disse, defendendo decisões do governo, como a convocação de um plebiscito para a reforma política e o programa Mais Médicos.

"É preciso melhorar a saúde, sim. Se os médicos brasileiros não querem trabalhar no sertão, que a gente traga médicos de fora. Ninguém quer tirar emprego de ninguém. Longe de mim tirar emprego de médico brasileiro, mas o que quero é dar emprego em lugar aonde não tem médico", disse.

Ministérios

Segundo o ex-presidente, as pressões sobre Dilma para reduzir a quantidade de ministérios, capitaneada pelo PMDB, visam a atingir áreas ligadas aos direitos humanos. "Eu estou vendo um zumzumzum na imprensa de gente que vai pedir para a presidenta Dilma reduzir ministério. Olha, deixa eu te falar uma coisa. Fique esperto, porque ninguém vai querer acabar com o Ministério da Fazenda. Eles vão tentar mexer no Ministério da Igualdade Racial, nos direitos humanos", disse Lula.

Mais cedo, antes do início do evento, Lula afirmou que não poderia dar "palpite" sobre redução de ministérios. "Como posso dar palpite numa coisa se faz dois anos e sete meses que eu saí do governo?", disse. Na palestra, ele opinou: "Eles não vão tentar mexer porque é a Dilma que tem que mexer. E acho que ela não vai mexer. E eles vão tentar porque vão dizer 'é preciso fazer ajuste, é preciso diminuir'. A gente não tem que diminuir nem aumentar, tem que saber para que serve".

Sobre o 'volta, Lula', o ex-presidente voltou a negar possibilidade de se candidatar. "Não existe essa possibilidade, querido. Eu, se pudesse, ia votar a jogar bola, mas o Felipão acho que não está me olhando com bons olhos", respondeu, negando que setores do PT estejam descontentes com Dilma.

"Eu não sei quem descobre umas divergências que não existem. Eu fui presidente da República e muitas vezes não pude ir a uma reunião do Diretório do PT e nem por isso teve divergência. O PT apoia 150% a presidenta Dilma, quiçá 200%. Não há hipótese de ter divergência que não possa ser superada. Se tiver alguma coisa, será discutido entre o partido e a presidenta", disse.